Há zonas costeiras onde os agricultores trocam a terra pelo mar e recoletam algas. "Isto é um biscate", dizem, para acrecentarem "dá qualquer coisa, mas muito pouco..., dá para a bucha!" E para que serve e para onde vai? "Nem sei..., acho que é para as mulheres, para perfumes e coisas assim. Entregamos isto a uns tipos que depois mandam para a Holanda, nem queira saber..., compram isto tudo, desde que bem secas e bem vermelhas..., na seca não podem apanhar maresia ..."
Não conheço os pormenores desta atividade, mas as algas têm uma coloração lindissima e um odor intenso a mar ("odor a vida", disse-me um recoletor). A atividade de recoleção remete-me para uma fase primitiva da história humana e o negócio é como todos os outros: sabe-se onde começa, não se sabe muito bem onde acaba e nunca se conhecem todos os pormenores intermédios.
(Secagem de algas entre a Nazaré e a Foz do Arelho)