«Avec le temps...
Avec le temps va tout s'en va
On oublie le visage et l'on oublie la voix
Le coeur quand ça bat plus s'est pas la peine d'aller
Chercher plus loin faut laisser faire et c'est très bien»
Há mais de 30 anos (em 1982??, no Coliseu!...).
Lembro-me de alguém de cabelo branco em cima do palco, com um enorme vozeirão a protestar cantando... Aqui fica o vídeo Avec les temps, do album Amour Anarchie e a quase certeza de que "conheci" alguns poetas franceses (Rimbaud, Aragon,...) a partir das canções de Léo Ferré.
A letra da canção, em português, é mais ou menos assim:
«Com o tempo
Com o tempo tudo parte
Esquecemos a cara e esquecemos a voz
Quando o coração já não bate já não vale a pena ir
Procurar mais longe é preciso deixar e é muito bom
Com o tempo
Com o tempo tudo parte
O outro que adorávamos que procurávamos à chuva
O outro que adivinhávamos na sombra de um olhar
Entre as palavras entre as linhas e no cansaço
De um sermão maquilhado que vai fazer a sua noite
Com o tempo tudo desvanece
Com o tempo
Com o tempo tudo parte
Mesmo as melhores recordações tens uma destas caras
No centro comercial confusão no limiar da morte
Sábado à noite quando a ternura se vai embora sozinha
Com o tempo
Com o tempo tudo parte
O outro em que acreditávamos por uma constipação por um nada
O outro a quem dávamos o vento e jóias
Por quem teríamos vendido a alma para alguns tostões
À frente de quem rastejávamos como rastejam os cães
Com o tempo tudo se resolve
Com o tempo
Com o tempo tudo parte
Esquecemos as paixões e esquecemos as vozes
Que nos diziam muito baixo as palavras das pobres pessoas
Não voltes muito tarde sobretudo não apanhes frio
Com o tempo
Com o tempo tudo parte
E sentimo-nos brancos com um cavalo cansado
E sentimo-nos gelados numa cama de ocasião
E sentimo-nos sós talvez mas tranquilos
E sentimo-nos roubados dos anos perdidos
Então verdadeiramente
Com o tempo já não amamos»