(Quem me manda procurar livros em férias?... Normalmente sai isto – uma literatura estranha, sem qualquer grau de exigência… Amanhã, na banca dos jornais – o melhor sítio para passar os primeiros quinze minutos do dia, após o café da manhã – todas as primeiras páginas vão desmentir este livro!…)
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- Nunca disse que conhecia o futuro de maneira absoluta, disse que conhecia toda a vossa vida desde que nascem, uma vez que vou de um ponto ao outro do tempo de vida dos homens. O meu conhecimento do futuro é, portanto, em tempo humano, e neste preciso segundo em que te falo, de cento e trinta e quatro anos, ou seja, até ao dia da morte do homem que já nasceu e que viverá mais tempo. Não te preocupes que vais acabar por compreender. Portanto, sei o que se vai passar daqui a centro e trinta e quatro anos, mas não depois desse tempo, até que nasça uma criança que viva mais tempo que as anteriores. Olha, acaba de nascer, chama-se Shigeru. É japonês e a sua vida vai durar cento e trinta e seis anos, portanto, conheço os próximos cento e trinta e seis anos. E isto vai evoluindo a cada nascimento.
- De acordo, o livre-arbítrio significa que tu não decides no nosso lugar, mas, por outro lado, em relação à nossa vida, já sabes tudo.
- Absolutamente. Tudo salvo a resposta à Questão, que é a única coisa que eu ignoro e que não posso saber em relação a vocês. É a vossa liberdade. O vosso poder.
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Cyril Massarotto in deus é um tipo fixe. Contraponto.