Segunda-feira, 26 de Setembro de 2005

O Nome da Rosa

Nome da Rosa.jpg 
É uma versão teatral do livro de Umberto Eco, encenada no Convento de Cristo, em Tomar. São mais de cinco horas em que é possível estar "dentro do palco", misturado com os actores, nas inúmeras salas do convento, ou mesmo à mesa (são seis refeições...). Este modo de representação provoca uma intimidade ou uma repulsa quase física, mesmo que nos fiquem algumas dúvidas sobre um guião abreviado de um livro complexo. Mas como dizia o Guilherme (ou foi o Remígio, ou o Ubertino?...), "a dúvida é inimiga da fé!". Tenham ou não lido o livro, tenham ou não visto o filme, vale a pena assistir/participar nesta prodigiosa intriga medieval.  


publicado por Fernando Delgado às 23:20
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Outros Olhares

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(Anta, em Seixo da Beira - Oliveira do Hospital)

publicado por Fernando Delgado às 22:34
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Domingo, 25 de Setembro de 2005

Miguel Sousa Tavares

"Antes que a ideia de Deus esmagasse os homens, antes dos autos de fé, das perseguições religiosas da Inquisição e do fundamentalismo islâmico, o Mediterrâneo inventou a arte de viver. Os homens viviam livres dos castigos de Deus e das ameaças dos Profetas: na barca da morte até à outra vida, como acreditavam os egípcios. E os deuses eram, em vida dos homens, apenas a celebração de cada coisa: a caça, a pesca, o vinho, a agricultura, o amor. Os deuses encarnavam a festa e a alegria da vida e não o terror da morte. (...) Sabes, quem não acredita em Deus, acredita nestas coisas, que tem como evidentes. Acredita na eternidade das pedras e não na dos sentimentos; acredita na integridade da água, do vento, das estrelas. Eu acredito na continuidade das coisas que amamos, acredito que para sempre ouviremos o som da água no rio onde tantas vezes mergulhámos a cara, para sempre passaremos pela sombra da árvore onde tantas vezes parámos, para sempre seremos a brisa que entra e passeia pela casa, para sempre deslizaremos através do silêncio das noites quietas em que tantas vezes olhámos o céu e interrogámos o seu sentido. Nisto eu acredito: na veemência destas coisas sem princípio nem fim, na verdade dos sentimentos nunca traídos."
Miguel Sousa Tavares in Não Te Deixarei Morrer, David Crockett
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publicado por Fernando Delgado às 01:55
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Segunda-feira, 12 de Setembro de 2005

Outros olhares

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(Coisas simples)

publicado por Fernando Delgado às 00:25
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Sábado, 10 de Setembro de 2005

Terras do Bouro

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(Terras do Bouro)
O que procuro nestes "monumentos" são os olhares intensos, os rostos serenos e as mãos enrugadas dos homens e mulheres que talharam aquelas pedras. Mesmo que o cheiro intenso a broa de milho me percorra a memória levando-me para uma realidade ausente, fico sempre com uma forte sensação de vida..., que as cruzes de pedra apenas acentuam. Quando parto, levo apenas o testemunho, uma espécie de mensagem, apesar da grandiosidade da "obra".

publicado por Fernando Delgado às 00:58
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Segunda-feira, 5 de Setembro de 2005

Mia Couto

 "A barbearia do Firipe Beruberu ficava debaixo da grande árvore, no bazar do Maquinino. O tecto era a sombra da maçaniqueira(1). Paredes não havia: assim ventava mais fresco na cadeira onde Firipe sentava os clientes. Uma tabuleta no tronco mostrava o custo dos serviços. Estava escrito: ‘cada cabeça 7$50’. Com o crescer da vida, Firipe emendava a inscrição: ‘cada cabeçada 20$00’. A velha madeira balançava um espelho e, ao lado, amarelecia um cartaz de Elvis Presley. Sobre um caixote, junto ao banco das esperas, sacudia-se um rádio ao sabor do chimandjemandje(2). O Firipe capinava as cabeças em voz alta. Conversa de barbeiro, isto-aquilo. Contudo, ele não gostava que a bula-bula(3) amolecesse os fregueses. Quando alguém adormecia na cadeira, o Beruberu aplicava uma taxa no preço final. Até na tabuleta, em baixo dos escritos, acrescentou: ‘Cabeçada com dormida: mais cinco escudos’. (...)"


(2) Ritmo musical, dança.
(3) Conversa fiada.

Mia Couto in Cada Homem é uma Raça
(1) Árvore da maçanica, cujo fruto é vulgarmente designado por maçã-da-índia.
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publicado por Fernando Delgado às 00:00
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Sábado, 3 de Setembro de 2005

Manuel Alegre

"(...)
É certo que se podem escolher outros caminhos. Mas poderia eu ter escolhido outro caminho? Acaso poderia dormir descansado, onde quer que estivesse, sabendo que algures, na noite há homens que batem, há homens que gritam? Os fantasmas tinham entrado no meu sono, invadiram a minha casa no cimo da ternura; os fantasmas eram donos do país. E se eles viessem de repente, a meio da noite e eu chamasse:
- Mãe!
a voz (tão calma) da minha mãe já nada poderia contra eles. Era um trabalho para mim, uma tarefa para todos aqueles que não podem suportar a sujeição. Eu nunca pude suportar a sujeição. Acaso poderia ter escolhido outro caminho? (...) E ao desdobrar as folhas que vinham dentro do sobrescrito violado, a pétala vermelha, de uma rosa vermelha, caiu, como uma lágrima de sangue no chão da minha cela."
 
Rosas Vermelhas, Praça da Canção, Manuel Alegre (1965)
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publicado por Fernando Delgado às 01:09
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Quinta-feira, 1 de Setembro de 2005

Bienal de Cerveira

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(XIII Bienal de Cerveira)

publicado por Fernando Delgado às 00:49
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