- Observador -
«O silêncio é a minha maior tentação. As palavras, esse vício ocidental, estão gastas, envelhecidas, envilecidas. Fatigam, exasperam. E mentem, separam, ferem. Também apaziguam, é certo, mas é tão raro! Por cada palavra que chega até nós, ainda quente das entranhas do ser, quanta baba nos escorre em cima a fingir de música suprema! A plenitude do silêncio só os orientais a conhecem.»
Eugénio de Andrade, Rosto Precário. Assírio & Alvin, pp 67.
«[…]
Existiam certas práticas-padrão na reparação de um Modelo T. Por exemplo, se o radiador tinha uma fuga, deitava-se uma mão-cheia de farinha de milho ou de aveia na água. O calor da água cozia a papa, que cobria os tubos e selava a fuga. Certa vez, anos mais tarde, tive um carro de outra marca, também ele com muita idade e grande dignidade. A minha mãe vinha visitar-me e eu devia ir busca-la à estação do comboio. O radiador do meu carro tinha uma fuga preocupante e, automaticamente, deitei uma mão-cheia de farinha de trigo no radiador, esquecendo-me que os tempos tinham mudado. Enfim, o Modelo T efetuava a circulação da água de acordo com um princípio que se dividia em três partes: mágica, acidental e física, mas este outro carro tinha uma bomba de água – uma inovação desnecessária e estúpida. O carro trabalhava tanto antes de aquecer que demorou imenso a cozinhar a papa. Cheguei à estação, instalei a minha digníssima mãe no banco do pendura e iniciei o caminho de regresso a casa. Naturalmente, não tinha tampa no radiador; tais coisas eram consideradas um aborrecimento, até porque estava sempre a perder-se. De súbito ouviu-se uma explosão abafada e um cogumelo de aveia ergueu-se no ar. Uma parte esmagou-se de encontro ao para-brisas do carro, mas a maior parte aterrou no chapéu rendado da minha mãe.
[…]»
John Steinbeck in A América e os Americanos. Livros do Brasil, 1ª ed., pp 206-207.
Obviamente nunca tive um Modelo T, mas também tenho um carro que funciona de acordo com princípios semelhantes: magia e acaso misturados com alguns pormenores vagamente termodinâmicos, em que as equações não são cumpridas à risca. O problema é que gosto dele e suspeito que, como eu, há muita gente que é proprietária de um mono - e que o adora. Mesmo que cientificamente seja abusivo, é reconfortante pensar que a segunda lei da termodinâmica está relacionada com esta adoração por coisas obsoletas - no fundo, bem lá no fundo, adoramos a desordem dos sistemas...
«Usei-a,
como ela gostava de ser usada
Ela usou-me,
como se eu gostasse»
Álvaro Batista. Usos in O Abrir da Boca nos Peixes. Chiado books, pp 208.
«Também eu já me sentei algumas vezes às portas do crepúsculo, mas quero dizer-te que o meu comércio não é o da alma, há igrejas de sobra e ninguém te impede de entrar. Morre se quiseres por um deus ou pela pátria, isso é contigo; pode até acontecer que morras por qualquer coisa que te pertença, pois sempre pátrias e deuses foram propriedade apenas de alguns, mas não me peças a mim, que só conheço os caminhos da sede, que te mostre a direcção das nascentes.»
Eugénio de Andrade, "Do outro lado" in Poesia e Prosa
A dança da morte in «O Sétimo Selo», de Ingmar Bergman.
«Autobiografia sumária
Os meus gatos
gostam de brincar
com as minhas baratas»
Adília Lopes. Autobiografia sumária in A pão e água de Colónia. 1987.
Há umas semanas estive em São Martinho de Anta…, no largo com a escultura de Torga feita na raiz do negrilho, no Espaço Miguel Torga e em muitos outros sítios onde se sente (de onde brotou!?...) a escrita de Miguel Torga. Um Reino Maravilhoso é um livro-objeto com um texto de Torga e pinturas de Graça Morais. As plavras unem-se aos traços e às cores num mar de pedras, tudo parado e mudo...
O texto começa assim:
«Embora muitas pessoas digam que não, sempre houve e haverá reinos maravilhosos neste mundo. O que é preciso, para os ver, é que os olhos não percam a virgindade original diante da realidade e o coração, depois, não hesite. Ora, o que pretendo mostrar, meu e de todos os que queiram merecê-lo, não só existe como é dos mais belos que se possam imaginar. Começa logo porque fica no cimo de Portugal, como os ninhos ficam no cimo das árvores para que a distância os torne mais impossíveis e apetecidos. E quem namora ninhos cá de baixo, se realmente é rapaz e não tem medo das alturas, depois de trepar e atingir a crista do sonho, contempla a própria bem-aventurança.
Vê-se primeiro um mar de pedras. Vagas e vagas sideradas, hirtas e hostis, contidas na sua força desmedida pela mão inexorável dum Deus criador e dominador. Tudo parado e mudo. Apenas se move e se faz ouvir o coração no peito, inquieto, a anunciar o começo duma grande hora. De repente, rasga a espessura do silêncio uma voz de franqueza desembainhada:
- Para cá do Marão, mandam os que cá estão!...
Sente-se um calafrio. A vista alarga-se de ânsia e de assombro. Que penedo falou? Que terror respeitoso se apodera de nós?
Mas de nada vale interrogar o grande oceano megalítico, porque o nume invisível ordena:
- Entre!
A gente entra, e já está no Reino Maravilhoso.
[…]»
Miguel Torga. Graça Morais. Um Reino Maravilhoso. D. Quixote, 1ª ed., 2002.
«[...]
A volta do meu herói a este velho continente faz-me sempre estremecer o coração.
A história do filho pródigo nunca me deixou sereno. Quando em pequeno lia essa trágica novela do primeiro revoltado contra a palha puída da casota onde a vida nos mete, e onde medram, gordas as pulgas domésticas, comovia-me sempre. Já nesse tempo eu era capaz de ver o que há de legítimo em cada partida e de fatal em cada regresso. Com os anos, a rebeldia do primeiro capítulo e a alegria do último perderam muito da sua magia. Até que era bom não amar e não ser amado eu aprendi! E aquele jovem insubmisso a guardar porcos em casa alheia passou a ser a meus olhos um símbolo invejável e promissor de fecunda solidão. Depois, fui mudando de ideias. Comecei a achar graça aos próprios parasitas do ninho, e, sem de nenhum modo pensar que é um alto destino ser mordido por eles, aceitei sem relutância que o rapaz da Bíblia tornasse, arrependido, à casa paterna.
Que é o caso do Senhor Ventura. O alentejano vem direito a Penedono. Traz às costas algumas mortes, um lar falhado, a certeza de um filho, e os olhos cheios de estranhas e sobrepostas imagens. Não foi, visivelmente, a castiça saudade nossa que o empurrou de oriente para ocidente, nem parece ter consciência de que há uma solidariedade que nada pode destruir entre a pedra rolada e a penedia de onde saiu. Mas vem. Milagrosamente, a mão do infortúnio lavou-o das nódoas mais essenciais. Entra no lar, não digo repeso de ter partido (nem era de desejar que assim acontecesse), mas instintivamente disposto a pagar o que deve à condição nativa. E toca-me cá por dentro.
Como logo no princípio expliquei, toda a história do meu herói é-me conhecida já, e eu conto-a a mim próprio nas horas de melancolia. Em cada paragem não faço mais do que tentar uma pequena meditação sobre o destino que é mais colectivo que individual. Agora, desembaraçado nesta urbana Europa, e a caminho de casa, que é o Senhor Ventura senão o efeito irremediável dum tropismo que nos anda no sangue e nos chama em qualquer parte do mundo a este pobre redil lírico e desconfortável, ao mesmo tempo tão absurdo e humano? Ah, eu acredito que esta fidelidade inconsciente ao granito, ao luar e à urgueira encerra uma grande lição de vitalidade e de singularidade. Vejo nela uma prova do nosso destino nacional e universal. Mandado pelo governo chinês, ou pela sorte, ou até por um acaso onde não haja nem a hipótese duma razão, o alentejano, que foi do mundo inteiro, é outra vez daqui. A misteriosa e peregrina verdade é esta.
[...]»
Miguel Torga in O Senhor Ventura. D. Quixote, 6ªed., pp 117-118.
As «Paisagens Transgénicas» de Álvaro Domingues (ver aqui).
Afrodite piange - escultura imaterial de Salvatore Garau
De acordo com notícias de hoje, o artista italiano Salvatore Garau conseguiu vender o vazio por 15.000 euros, apresentando num leilão uma escultura imaterial. A obra de arte, com dimensões de uns 150 x 150 centímetros, deve ser colocada numa casa particular, numa sala especial livre de qualquer obstáculo. É completamente invisível. “A ausência de matéria é, para mim, um ato de amor para com o desconhecido e o mistério com que quase toda a humanidade está comprometida”, diz o autor.
Segundo o próprio, não vendeu um nada, vendeu um vazio: "O vazio não é mais que um espaço cheio de energia, e ainda que o esvaziemos e não fique nada, segundo o princípio de incerteza de Heisenberg, esse nada tem um peso".
Pois!...
Não sei se devia ter como referência as músicas de um octogenário, mas tenho. E não são mais que pequenas pedras no lugar onde repousa a memória. E como o presente fica mais leve!...
As esplanadas entre o olhar do pintor e a nostalgia do poeta no início do fim do confinamento..., ou apenas o tempo de respirar o esplendor da primavera...
«Esplanada
Naquele tempo falavas muito de perfeição,
da prosa dos versos irregulares
onde cantam os sentimentos irregulares.
Envelhecemos todos, tu, eu e a discussão,
agora lês saramagos & coisas assim
e eu já não fico a ouvir-te como antigamente
olhando as tuas pernas que subiam lentamente
até um sítio escuro dentro de mim.
O café agora é um banco, tu professora de liceu;
Bob Dylan encheu-se de dinheiro, o Che morreu.
Agora as tuas pernas são coisas úteis, andantes,
e não caminhos por andar como dantes.»
«Fim
Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza…
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.»
Poema de Mário de Sá-Carneiro
Música de João Gil e interpretação dos Trovante.
Julio Pomar . Fernando Pessoa encontra D. Sebastião: num "caixão sobre um burro ajaezado à andaluza"
Sei que é feio fazer isto, mas não resisto a roubar este texto ao Fernando Paulouro, publicado no seu blog «Notícias do Bloqueio», e a colocá-lo aqui.
Agora, que andam por aí salazares empalhados, sujeitos que se alimentam no chafurdo da indignidade para se arvorarem em salvadores políticos, lendo aos seus apaniguados o catecismo do ódio e da intolerância, ameaçando uns e tentando agredir outros, apetece, mais do que nunca, quando a demagogia e a mentira andam à solta, evocar os tempos ominosos de um país amordaçado, e nessa evocação gritar: viva a liberdade! Obscuros interesses da extrema direita internacional deram palco a estes abencerragens do passado e é vê-los, hoje, também aqui, espertos e ladinos, nas televisões e nos jornais, confundindo-se com pessoas de bem, dando voz a tudo aquilo que há de mais primário e irracional na natureza humana. Alguns iludiram decerto a Justiça, ou a atenção dos carcereiros, sabe-se lá, para darem corpo aos populismos que trazem na ponta da língua e põem as ideias em estado de sítio, e que, na política dos votos, sabemos bem onde conduzem. A História já fez o registo desses dramas, mas há sempre aqueles que, apostando no esquecimento ou na rasura da memória, acreditam que os crimes do passado se podem repetir para proveito próprio.
Na situação portuguesa, diga-se, há responsáveis pela onda populista. O vazio da política, o abandono dos ideais e do ideário, a programação do unanimismo, convergem na indiferença. Por comodismo, digamos assim, o PS optou por falta de comparência nas Presidenciais, deixando ao abandono o território da política, como se fora terra de ninguém. Ora, é dos livros: quando nós não nos ocupamos da política, a política ocupa-se de nós permitindo que energúmenos racistas e xenófobos ergam bandeiras contra a fraternidade solidária das políticas sociais. É o que está a acontecer. A democracia, tão generosa a tratar os seus inimigos, não poucas vezes tem morrido às suas mãos.
Daí que o combate das ideias, a denúncia da cruz gamada oculta no catecismo xenófobo ou o braço estendido da saudação fascista disfarçada na apologia comicieira, sejam uma exigência inadiável na sociedade portuguesa. Por um país mais habitável.»
Não tenho por hábito correr a uma livraria para comprar um best seller - já fui enganado mais que uma vez: há livros que se vendem aos milhões e não se percebe muito bem porquê... -, mas por influência de alguns amigos lá fui à pressa comprar o Sapiens - História Breve da Humanidade.
Apesar das mais de 500 páginas, li-o em poucos dias, o que só por si revela que o autor sabe prender o leitor a um exercício possessivo que o empurra de página em página sem grande esforço (curiosamente foi esta a sensação que tive ao ler a Breve História de Quase Tudo, de Bill Bryson, um livro com uma forma narrativa muito semelhante).
Só uma dúvida, que não passa de curiosidade: as referências à cidade da Guarda, ao Benfica e ao Pêra Manca são o resultado de uma tradução com liberdade exemplificativa, ou constam mesmo do original? É que gosto tanto dos exemplos que nem sei se hei-de ir a correr comprar o Homo Deus - História Breve do Amanhã, do mesmo autor, ou se me fico por um copo de Pêra Manca (um sucedâneo, claro...) enquanto sofro com o Benfica e espreito o frio pela janela.
Descobri por acaso, à procura de outras árvores e de outras florestas... Existe um eucalipto (eucalyptus deglupta) que tem este troco com estas cores espantosas! Imaginem o que será uma floresta com estas árvores...
As más notícias: «Esta espécie não é de fácil cultivo fora da faixa equatorial, onde prospera com temperaturas entre os 20-32°C e precipitação da ordem dos 2 500 - 3 500 mm. Em Portugal é ainda mais difícil de cultivar, uma vez que esta espécie morre abaixo dos 2°C (...)».
Há quem diga que quando o tempo sobra há espaço para os livros que ficaram por ler... Era bom que assim fosse, mas não é! A pandemia ocupa o tempo e o espaço, não sobra nada (como na Tragédia de Hamlet, o resto é silêncio) .
A ausência de constantes compromissos profissionais, de agendas rígidas, de stress e, como se costuma dizer, do dia-a-dia preenchido, é uma ilusão. Não fomos feitos ou formatados (ou educados?!) para este nova realidade. Precisamos de compromissos, de agendas e de stress para ludibriar as rotinas e ganhar algum tempo para outras coisas, como ler livros. É assim a natureza humana - buscamos sofregamente algumas coisas como contraponto a outras coisas de que não gostamos, ou que, gostando, nos limitam o tempo e o espaço. Precisamos de não ter tempo para dar valor ao tempo.
Sinto que a pandemia apagou da memória esta busca do contraponto emocional e os livros não escaparam a esta decapitação. A Crónica de Um Vendedor de Sangue, de Yu Hua e Magalhães, o homem e o seu feito, de Stefan Zweig, são algumas das leituras neste longo interregno, mas não passam de exceções num quotidiano longo, aborrecido e estupidamente inútil. Restam, como notas de rodapé, um retrato da revolução cultural de Mao - simples, sem adjetivos e juízos morais inúteis (no livro de Yu Hua) e uma biografia de Magalhães, com várias inexatidões históricas (?!...), ou apenas excesso de entusiasmo do autor (no livro de S. Zweig).
Pouco, muito pouco!
«[...]
Serviu rei e país sob todas as formas: por mar e por terra, em todas as estações do ano e em todas as zonas marítimas, no meio da geada e sob um céu tórrido. Porém, servir é coisa de jovens, e agora, com quase trinta e seis anos, Magalhães decide que já se sacrificou o suficiente pelos interesses e pela glória dos outros. Como acontece a qualquer criador, Magalhães sente media in vita a necessidade de se realizar pessoalmente, de ser responsável por si próprio. A pátria abandonou-o, desfez a ligação com as suas tarefas e obrigações - tanto melhor: agora está livre. Como tantas vezes sucede, o punho que tenta repelir um homem, impele-o, na verdade, para dentro de si mesmo. [...]»
Stefan Zweig in Magalhães, o homem e o seu feito. Assírio e Alvim, 2ª ed., pp 67-68.
O exagero (?!...) como espelho da realidade. Admirável!
AYTOS (turco)_Política Mundial
DARIO (mexicano)_Bolsonaro
FRANK HOPPMANN (alemão)_Boris Johnson
MOLINA (nicaraguense)_Populismo
PEDRO SILVA (português)_Christina Lagarde
Tenho uma especial atração por estes temas, não sei exatamente qual a razão, mas, para além do natural espanto perante algo que está fora do alcance do meu conhecimento científico, pressinto que a mistura de ciência e filosofia me provoca alguma inquietação. A relação do violino e dos seus sons com a mecânica quântica em Os diálogos sobre física atómica (um livro com muitos anos...) e esta dedução de que é absolutamente inútil querer voltar ao passado para mudar o futuro, partindo da teoria da relatividade e tendo como exemplo o Covid-19 , são provocações que me convocam a uma reflexão, obviamente sem conclusões. Mas não há nada a temer. A filosofia e a ciência são dois aliados poderosos ligados por uma ponte precária sobre um rio de dúvidas. E é aqui que reside a sua força.
«Viajar no tempo é uma possibilidade que passou a ser levada mais a sério depois de assumida no último livro do físico e cosmólogo Stephen Hawking, entretanto desaparecido. Em 2018, uma série de outros físicos asseguravam estarem também absolutamente convencidos de que, pelo menos matematicamente, era uma possibilidade.
Agora, uma equipa da Universidade de Queensland, na Austrália, acaba de anunciar que resolveu o paradoxo lógico que valida a teoria. Algo que concilia a relatividade geral de Einstein com a dinâmica clássica.
(…)
Para os seus cálculos, os cientistas socorreram-se da pandemia de Covid-19 como modelo para determinar se as duas teorias poderiam coexistir – já que o mais famoso físico alemão considerava a possibilidade de se viajar no tempo, mas a ciência da dinâmica avisava que a sequência fundamental dos acontecimentos não poderia sofrer interferências.
Digamos que alguém decidia viajar para o passado para tentar impedir que o paciente zero da atual pandemia fosse exposto ao vírus. Mas se isso acontecesse isso eliminaria a motivação para voltar do passado, já que a pandemia não existiria. (…) Principal conclusão: é absolutamente inútil querer voltar ao passado para mudar o futuro.
[…]»
E se lhe disserem que viajar no tempo é (matematicamente) possível?, in Visão, 30.09.2020